quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ninho aberto

Não quero validar tua língua,teus cabelos que agasalham o peito
Não quero ser mudo de ti;pássaro que me consome ventos abrangentes,engrandece juramentos,vivencia significativo minhas eternidades...
Menina que ignora esta ampla solidão e tudo sabe,trancaste minha carne e meus perfumes assaltantes
Porque de teus ecos eu faço mímica inventiva,seja por gumes ou vestes de sombras
E rodeio meus confins de poemas,ainda que calamitoso me trazendo e me criando
Nos teus pecados eu lembro,intempestivo ser que guarda suores máximos
Porque lhe amo todo corpo,céu de junho chegando e de amores
E me faço imagem particular noutro,dentre teus caminhos laminantes que sorrio
Sou ausente,sou instantes,pairar de poemas que me chega à partida
Enquanto isto tuas frases nascem raivas,mas eu gentil inteiro me faço flores
Universal e nada parnásio pergunto;cade você?!
Venha todos os dias com seus caprichos minha linda,que minha alma se reinventa!
Sem pressa,sem dizeres,comece tuas linguagens encontrantes como espuma de mar batendo dedos
E me teima argumentos no contratempo do íntimo a me sofregar
Por ti, minhas linguagens transladam em vogais ou brechas adiadas
Porque teu peito reina no meu e eu sou teu
Discretamente entendido de teus viés que cercam sapatos e horizontes
Sou derradeiro nos teus canteiros,na tua fome de olhares,minha menina mais doce e presente
No teu avermelhado cabelo à juntar-me todos os caminhares idos...

terça-feira, 6 de abril de 2010

Repouso impossível

Meus ouvidos percebem a água que bate no vidro
Talvez íntima afirmação descoberta,no que permite as saudades úmidas
Não verei pontos de cidade?Interrompidas em sonetos revelativos?
Teu amor conta o meu canto,volta mensagens pra fome de poesia
Indagar tão vogais,impulso?Vai cochichar por flautas o meu limbo de linguagens que apagou
Sou fonte,conotação e epifania de ira,rastilho talvez de coqueiros que nunca darão frutos
É pretenso e esquivo teu caminhar,querendo ser acontecimento de discursos,tua outra maneira simbólica
Se aventura cotada eterniza?Bonito é sobrar violas pro teu meridiano sentido
Como moenda reticente que surge n'água,intimidando manhãs nas pedras
Meu céu vazio de arcos invisíveis,solta teu mansinho de meia-noite à ressuscitar disfarces
Pecaminosas tabernas que se arrastam por princípios ou circuito de beijos
Assim conseguindo armar teus psius,o indefeso haver de caminhos e lados que prossegui
E sou mais forte que domingos entediantes,que desenha no papel adeus
Não pedindo vulgar teus lábios,mito de disciplinas que propagam todo amor
Cristal duro que inicia o sonho...Assim saiba que sou eu,arrancando motriz e enfermidades nos dizeres teus ao meus...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Forma de amar

Se contorça com tuas nádegas brancas,confiando palavras tão ferozes
Nas esquinas de tantos travesseiros,porque chegou a hora da cama
Há momentos involutariamente de acertos,que apaga todos os medos
Uma história bem totalizada,porque nossa linguagem é toda calma
E nem me venha com teu exageros de apertos,assim tão mensageiro
Vamos nos dar forma como espelho,tão obviamente perfeitos
Se no teu olhar posso achar perguntas,tão grande,tão agudas
Venha cativar meus motivos,porque agimos tudo sem compromisso
Não,não me chegue com estúpidos defeitos,com teus pudores rarefeitos
Vamos tratar claro os assuntos,ouvindo prosas do grande mundo
Eu quero munição pro ouvir, pra todo o meu sentir,quero teu balançar
Quero deitar natural no desejo,sem precisar reunir mais apelos
Sortear toda forma de amar,toda forma de amar...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Ser contíguo

Nada me desrespeita o charme do amor,quando este;mágico e urgente reverdece teu nome como fome,utensílio de surpresas pro ardor...
Sou ter ar mais aceso,champagne na mesa...Desta tanta cor que pede e se remete,como devoluto ser passado e sem descaso,mostrando espaço,gota,suor e sangue entre traços...
Um sublime amanhecer apaixonado,e meu olhar discursante que vislumbra descuidos,sou tanto partido e linha,tanta vantagem do que me determina...
Me faça celulóide,interna paixão...Presente querente sem dizer não,sem recalque ou embate entre outras secretas do poeta,e que meça qualquer cantar de manifestação,sou outro,sou obra,sou cobra,descaso de devassidão...
Uma escritura percebida ou julgada,tréplicas do que quisesse ser referida.Sou assim,sou frequente,quem quiser melhor que me conheça valente.
Entre o menos dos improvisos,ou desdobrar concluso de sorrisos,vou interferindo e nem pressinto,claro valor sapiente de imensidões.
E se faça ou acabe linguagens,este vento,este trovão,arabiscos descobertos que a tarde mostrou verão,vou por mim ou por essências de senão,vou mais do que além,vou pelas beiras da imensidão...

sábado, 3 de janeiro de 2009

Linguagens

Minhas paixões de frente,latente como leituras em passatempo
Faz-me a cautela do dia,e do que não posso adiar; guarneço regulamentos
Devoro minhas linguagens escravas,cantinho real de notícias sem pátria
Como emblema de prata,espírito de casa que se grava e cuida
E as sombras incontáveis se espalham por áreas,por desertos,por passos encerrados
Procurando um novo definir,nomes que desaguem idiomas
Não quero leis,nem acasos,sou verdadeiro e pronunciado
Meu adubo espera hábil na terra
E por entre árvores farei conversas na espera

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Acontecimento

(Foto:Ben Goossens)

Se no silêncio dos erros,eu nunca distanciei o preço dos perdões

Quando me garantiu que a beleza é um ciclo,e no teu ninho não teve senões

Quando na terra escrevi teu nome,e tua casa de amores fiz quarto

Teu cheiro é marcado em cada história contrapeso,meridiano que me faço

Teu desejo oculto outro espelho,mensagens de rastros que me perpasso

Os refrões moça amiga que ora me calo,também sãos seus,giro no espaço

E que me define e ressuscita,na flora musical que me apago

Ora venha em meus sonhos como vulto,como diário,motivos e obstáculos

Que te faço viva,perdida,no linguagar de nossos embalos




domingo, 15 de junho de 2008

Quintais sem flores


Não sei somar meu coração primitivo,buscar colo no teu descoberto mais presente

Sou próprio arredio,casa de tua cria que cultivo bem

Renuncio meu invisível e o chateado ciúme consistente

E por que me faço existência?Se a existência tema público nunca recompensará saídas

Me perco em fases,nas vogais contraídas,esprimido de interrogações nas canções vagabundas

Sou fraco,fora de mim atravessarei a democracia das estrelas,à vivência de outras duplas montanhas

De imprevisto me lavo por chuvas inquietas,tombo a ressonância no deserto de ouvidos

Conto-lhes qualquer coisa da minha infância,se não existir;fabrico

Ja mencionei jornadas metálicas,sobre as marchas namorantes do mundo

E nunca fui pago por fazer barulho,o gosto insano da noite compra negócios e lesão

Tem tantos quintais que nunca costuraram flores,nem amansa o trabalho miúdo das formigas

Outras cidades,outros cheiros,outros becos,outras bebidas,sentimento é tudo;mesmo que expulso do paraíso

E crescemos por árvores,crescemos por canto de passarinhos

E nossos carros estragam semanalmente o azul órfão que você jamais viu